‘No vale do Douro, a primeira região de vinhos do mundo a ser oficialmente demarcada, há vinhas velhas de incalculável valor patrimonial. Plantadas em socalcos suportados por muros de pedra, há mais de cem anos, muitas vezes abandonadas durante décadas ao seu destino, mas que, em muitos casos, produzem vinhos de qualidade ímpar.’
João Ferreira Álvares Ribeiro
O Douro
Em 1999, João Ferreira Álvares Ribeiro, Francisco Ferreira e Francisco Olazabal, numas das muitas viagens de exploração de vinhas velhas pelo Douro e seus afluentes, descobriram num barranco de difícil acesso no Rio Torto, um dos afluentes do Douro, um talhão de vinhas centenárias. Não é caso isolado. Há muitas vinhas velhas espalhadas pelo Douro, uma boas, outras menos boas, outras absolutamente sublimes. Em qualquer caso trata-se de um património vivo, testemunho de saberes e práticas seculares.
Esta vinha de onde nasce o Adelaide, por exemplo, é constituída por uma mistura de mais de 30 castas, como era tradição plantar-se em séculos passados. As plantas são esforçadas e não dão mais de quatrocentos gramas de fruta, o que resulta sempre em muito pouco vinho. É desse talhão que nasce o Adelaide.
“No Douro, o clima é de extremos, a interioridade é extrema, as condições de trabalho na montanha são extremas. É impossível não ficar apaixonado por esta terra: pela beleza, pelos aromas inebriantes que variam de estação em estação — o pó, a terra molhada, a esteva as flores de laranjeira, o mosto da vindima — e pela gente que cá vive.”
Francisco Ferreira
“Comecei a provar muito novo, mas de forma séria e com paixão só a partir dos vinte anos, quando comecei a compreender a diversidade e complexidade dos vinhos e daquilo que está por detrás deles: a terra, o clima, as castas e o trabalho da enologia.”
Francisco Ferreira
